Nesse Dia Internacional do Yoga vamos celebrar o legado da cultura védica em trazer para a humanidade no período antes e entre as existências do Budha e do Cristo, essa filosofia espiritual que tem como propósito aceitar a nossa natureza e como objetivo final o samadhi ou o nirvana, a iluminação da consciência.

No tratado clássico dos yoga sutras de Patanjali, texto imprescindível para quem deseja aprofundar na prática, o autor define essa filosofia espiritual para resumir o yoga: “Yogaścittavṛtti nirodhaḥ” podemos traduzir como: “yoga é a cessação da [identificação com] as modificações da mente”. 

Então o objetivo final do yoga não é colocar o pé na cabeça ou realizar posturas muitas vezes impossíveis para a maior parte dos seres humanos, mas algo mais sutil e profundo dentro do Ser, aceitando a natureza da mente, do ego e da inteligência [manas, ahamkāra e buddhi] e promover um estado mais puro de consciência.

Alguns autores traduzem esse verso como a “cessação dos pensamentos” mas convenhamos a natureza da mente é infinita na criação de suas manifestações e nem mesmo com pesquisas no campo da neurociência foi comprovada a ausência de pensamentos durante períodos longos de meditação por meditadores experientes.

Assim sendo, todos os seres estão livres para experimentarem o yoga quando deslizam com dedicação e disciplina para as práticas contemplativas desse sistema.

Deixo um convite a você para que mergulhe dentro do teu universo interno e deslize para esse estado de yoga. Para inspirar um trecho do Katha Upaniṣad, VI: ” Quando os sentidos e a mente estão parados e a própria razão descansa em silêncio, então começa o caminho supremo. Esta firmeza calma dos sentidos chama-se yoga. Mas deve-se estar atento, pois o yoga vem e vai.”


Texto de @tatianamarrocco

Praticante de Yoga desde 1996  e Terapeuta em Ayurveda desde 2007